Você já se perguntou por que muitas vezes uma peça jurídica mal escrita ainda assim é recebida sem grandes problemas pelo magistrado ou assessor?
O Que é Aceitabilidade?
Aceitabilidade é o esforço que o leitor — no caso, o juiz ou assessor — faz para compreender o texto, mesmo quando ele não é bem estruturado ou apresenta erros. Isso ocorre porque, no contexto jurídico, o foco é proteger o direito da parte representada, independentemente da habilidade do advogado como redator.
Por exemplo, quando uma petição inicial é confusa ou mal elaborada, o juiz raramente determina a sua emenda. Em vez disso, o assessor ou o magistrado tenta encontrar coerência no texto, interpretando-o da maneira mais favorável possível à parte representada. Esse esforço evita que o cliente seja penalizado pela má qualidade da peça.
O “Consolo” da Aceitabilidade
A aceitabilidade pode parecer, à primeira vista, um alívio para advogados que não priorizam uma boa redação. Afinal, se o texto será aceito de qualquer forma, por que investir tempo em aprimorar a escrita?
No entanto, essa visão é perigosa. Ainda que a peça seja formalmente recebida, uma redação ruim pode influenciar negativamente o julgamento do mérito, especialmente em casos onde a argumentação precisa ser clara, lógica e convincente.
Os Riscos da Má Redação
- Prejuízo na Argumentação: Uma peça confusa ou cheia de erros dificulta a compreensão das teses, comprometendo o convencimento do magistrado.
- Imagem Profissional: Uma peça mal escrita reflete diretamente na percepção sobre a competência do advogado. Isso pode prejudicar relações futuras com clientes e outros profissionais.
- Decisões Adversas: Embora o juiz tente interpretar o texto da forma mais favorável, uma má redação pode ser o fator que incline a decisão para a improcedência dos pedidos.
Por Que Escrever Bem Vale a Pena?
A boa escrita não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também de persuasão. Um texto claro, coeso e bem estruturado facilita o trabalho do magistrado e reforça sua credibilidade como advogado. Lembre-se: na prática forense, a qualidade da peça pode ser um diferencial decisivo.
Conclusão
A aceitabilidade pode ser uma rede de segurança, mas não deve ser usada como justificativa para a negligência na redação. Apostar na clareza, coerência e técnica na elaboração das peças não só evita prejuízos, mas também fortalece sua posição como advogado.
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