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Como Evitar Informações Irrelevantes na Narração dos Fatos da Petição Inicial

Na elaboração da petição inicial, é essencial que a narração dos fatos seja clara, objetiva e direta ao ponto. Muito se fala sobre não incluir informações irrelevantes, mas pouco se explica o que realmente caracteriza esses elementos desnecessários. Aqui, listamos os principais tipos de informações irrelevantes que devem ser evitadas no campo “dos fatos” e como identificá-las.


O que são informações irrelevantes?

São dados que, mesmo estando relacionados à narrativa, não contribuem para a compreensão do caso ou para a formação do convencimento do juiz. Elas desviam o foco do objetivo principal da petição e podem prejudicar a leitura e a análise da peça processual.


Tipos de informações irrelevantes que você deve evitar:

  1. Especificações desnecessárias:
    • Detalhar informações irrelevantes é contraproducente.

    • Exemplo incorreto: “O menor frequenta o ensino básico na Escola Francisca da Silva.”
    • Forma correta: “O menor frequenta o ensino básico.”

  2. Parágrafos redundantes sobre o mesmo tema:
    • Não escreva mais de um parágrafo tratando do mesmo assunto, sem acrescentar informações novas.

    • Exemplo incorreto: Usar três parágrafos para descrever a profissão do réu.

    • Forma correta: “O réu é engenheiro de sucesso, atuando há 20 anos no mercado.”

  3. Confusão entre “fatos” e “direito”:
    • Não inclua transcrições de doutrinas ou jurisprudências no campo “dos fatos”. Esses elementos pertencem à parte “do direito”.

    • Erro comum: “Segundo o artigo tal, o contrato deve ser regido pelo princípio X.”

    • Forma correta: Trate apenas dos fatos relevantes que fundamentam a narrativa.

  4. Dados inúteis:
    • Detalhes que não influenciam a causa são desnecessários.

    • Exemplo incorreto: “Num país com mais de 212 milhões de pessoas como o Brasil…”

    • Forma correta: “Num país populoso como o Brasil…”

  5. Repetição de informações:
    • Evite mencionar a mesma informação várias vezes sem necessidade.

    • Exemplo incorreto: Repetir constantemente que a autora é representante comercial.

    • Forma correta: Informe no início da narrativa e retome a informação apenas se realmente necessário.

  6. Datas em excesso:
    • Apenas mencione as datas relevantes para a compreensão dos fatos.

    • Erro comum: Incluir datas sem impacto direto no caso.

    • Forma correta: Foque nas datas que ajudam a construir a linha do tempo da causa.

  7. Elementos de coesão repetitivos:
    • Usar palavras como “assim” e “logo” em parágrafos consecutivos pode indicar repetição de conteúdo.

    • Sinal de alerta: Se ambos os parágrafos apresentam a mesma ideia, revise e sintetize.

  8. Excesso de informação:
    • Restrinja-se ao que é objeto da causa. Não mencione contratos ou fatos não relacionados diretamente ao pedido.

    • Erro comum: Referir-se a contratos que não estão sendo questionados na ação.

    • Forma correta: Fale apenas dos contratos 1 e 2, se forem o objeto da demanda.


Dica final: Foque nos fatos jurídicos

O campo “dos fatos” deve conter apenas os fatos jurídicos, ou seja, aqueles que têm o poder de gerar as consequências jurídicas almejadas. Fuja de informações genéricas, repetitivas ou que possam distrair o leitor do que realmente importa. Mantenha a narrativa simples, direta e relevante.

Seguindo essas orientações, sua petição inicial terá uma narrativa mais eficiente, alinhada com as melhores práticas da advocacia e do bom uso da linguagem jurídica.

 

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13 de janeiro de 2025
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