
Como escrever bem um texto jurídico?
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Seguidora me pergunta por que escrever bem é tão difícil. Como escrever bem um texto jurídico?
Vou conversar um pouquinho sobre isso com vocês hoje.
Para começar, escrever não é uma coisa natural.
A fala é natural; a escrita, não. Ambas são formas de aquisição da linguagem?
São, mas a escrita é dolorosa (basta lembrar, por exemplo, aquela nota 4 marcada em vermelho na sua produção de texto no 3º ano do fundamental).
Como escrever não é natural, temos de aprender.
E é aí que entra a famosa personagem: a escola, com seus professores cujo maior objetivo é fazer os alunos acreditarem que não sabem a língua portuguesa.
Fazem os alunos acreditarem que saber diferenciar um adjunto adnominal de um complemento nominal é saber a nossa língua, quando, é claro, nem de longe isso é verdade.
O que acontece então com a molecada? Isso mesmo, passam a odiar a escrita.
E é por isso que até hoje a gente não gosta de escrever? Siiiiiiiiiim.
E daí para escrever mal é um pulo? Siiiiiiiiiim.
Poderia terminar aqui, mas vou fazer uma comparação entre elementos da fala e da escrita, a fim de que vocês percebam que escrever também é difícil porque falar é bem mais fácil.
Na fala, meu interlocutor está presente.
Se eu quiser, por exemplo, pedir que ele pegue aquele livro ali, basta-me apontar o dedo.
Na escrita isso não é possível.
Quando falo, minha própria linguagem corporal e entonação transmitem muita coisa.
Na escrita isso não acontece (justamente por isso temos de usar pontuação, saber abrir e fechar parágrafos etc.).
Assim que termino de falar, a palavra some, e meu interlocutor talvez nem tenha percebido que eu a pronunciei.
A escrita, por outro lado, fica marcada no papel e pode ficar lá para sempre.
Quer dizer, por talvez séculos o que escrevemos poderá ser lido e, consequentemente, JULGADO.
Era isso. Não se preocupem, todos nós sabemos bem a língua portuguesa.
Sabemo-la desde que tínhamos quatro anos de idade.
Só falta um ajustezinho aqui, outro ali, para aprendermos de uma vez por todas a colocar no papel, de maneira correta, aquilo que queremos transmitir.
Era isso.