
Como se escreve: Hora extra ou hora-extra?
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Quando se trata do emprego do hífen em palavras compostas, as coisas não são tão simples assim.
Como já falei aqui várias vezes, com o novo acordo ortográfico saber usar o hífen se tornou tarefa das mais difíceis.
Isso porque frequentemente os dicionários divergem entre si sobre a hifenização, e a própria Academia Brasileira de Letras, responsável pela elaboração do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), enrola-se toda quando o assunto é esse bendito traço (também já falei aqui sobre o assunto).
Aliado a isso, fui checar nos sites de jurisprudência dos TRTs e do TST e constatei que a palavra objeto deste post vem escrita ora com hífen ora sem.
A pergunta, portanto, é válida e interessante, sim.
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Por incrível que pareça, no caso da expressão “hora extra”, os dicionários são uníssonos: todos indicam a forma sem o hífen.
O Volp também não traz o termo hifenizado. Então, não restam dúvidas: ???? escrevam “hora extra”, sem hífen.
E o plural é “horas extras”.
A explicação gramatical para tanto está no fato de que ambas as palavras que formam o composto, “hora” e “extra”, podem ir para o plural.
No que tange à palavra “hora”, pode-se dizer uma hora, duas horas; em relação à palavra “extra”, é variável porque é redução de “extraordinária” (hora extraordinária).
Assim, como podemos dizer “elas são extraordinárias”, o “extra”, sendo redução, também pode ir para o plural (extras).
Por falar nisso, há quem pronuncie “hora extra” com o “e” aberto (hora éxtra). Está errado.
Como vimos, “extra” vem de “extraordinária”; porque não dizemos “éxtraordinária”, mas “êxtraordinária”, devemos também pronunciar “êxtra”, “hora êxtra.