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A análise sintática explicada à minha filha II

Mais um capítulo das explicações para minha filha. Desta vez, sobre a análise sintática com exemplos e um discussão/explicação bem diferente.

A análise sintática explicada à minha filha

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Pessoal, estou muito feliz. Por um ponto minha filha não tirou nota máxima na prova de língua portuguesa.

Estou feliz porque ela não conseguiu o ponto, e não porque quase tirou nota máxima. Já vão entender.

A questão que ela “errou” (e por isso fiquei feliz) veio com o seguinte enunciado:

⠀“No período ‘Arthur reprovou de ano, pois nunca fazia as tarefas’, as orações possuem relação de dependência?

Explique.”

De acordo com o gabarito oficial, era para minha filha responder que não.

A conjunção “pois” é típica coordenada explicativa, e, pela gramática ortodoxa, as orações coordenadas, ao contrário das subordinadas, são independentes.

A Alice, todavia, de forma muito sábia, respondeu que sim e por isso “errou” a questão.

Hoje, enquanto almoçávamos, ela me disse, inconformada:

⠀“Pai, a oração ‘pois nunca fazia as tarefas’ não é independente da anterior.

Quando a gente lê ela sozinha, fica faltando algo.

Uma coisa são as aditivas; na frase ‘o menino chorou e foi embora’, as orações são realmente independentes, mas acho que nem todas as coordenadas são independentes.”

E é isso mesmo.

Ao contrário do que ensina a atrasadíssima escola, nem todas as orações coordenadas são independentes, pelo menos não do ponto de vista semântico.

Vejam: que sentido tem a oração coordenada adversativa “mas não conseguiram”?

Obviamente falta outra oração aí para completar-lhe o sentido; “eles tentaram entrar, mas não conseguiram”: agora, sim, temos uma frase inteira.

Por aí vemos que nem todas as orações coordenadas são independentes da oração anterior.

As adversativas, as explicativas e as conclusivas não são independentes, NÃO!

Perceberam por que fiquei feliz? Filhota inteligente!

Não levou um ponto mas ganhou meu “respeito gramatical”.⠀

Pasmem, ela foi conversar com a professora para tentar convencê-la da sua resposta, mas a digníssima disse que as coordenadas são independentes e ponto final.

Minha vontade é de dizer a ela, à professora, que a escola é uma instituição contraproducente, obsoleta e grande culpada até pela formação daqueles advogados que não sabem sequer escrever um parágrafo decente.

Mas não. Pela minha filha, melhor mesmo é eu ficar calado.

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