Pessoal, vocês não podem errar nesse tipo de frase. É só prestar bem atenção para o que vou explicar. Tentarei ser bem didático.
Observem a frase:
“Analisando os autos, o juiz concluiu que assiste razão às demandantes”.
Respondam: quem “concluiu”, quem é o sujeito de “concluiu”?
É “o juiz”, né? Pois bem. Reparem no “Analisando”. Está sem o “-se” (“Analisando-SE”) porque a oração posterior, como acabamos de ver, possui sujeito expresso (“o juiz”). A frase está corretíssima.
Vejam esta outra frase:
“Analisando-se os autos, conclui-se que assiste razão às demandantes”.
Agora a coisa mudou de figura, pois não sabemos quem “concluiu”, já que o verbo está impessoalizado, sem sujeito, o que podemos verificar pelo pronome “se” depois de “conclui”.
A regrinha nesse caso é bem fácil: se um verbo está impessoalizado (“conclui-SE”), o outro verbo do período também deve estar (“Analisando-SE”). A frase, portanto, novamente está correta, e isso responde à pergunta do post.
Mas ainda não acabou! Observem a seguinte estrutura:
“O Juiz a quo arbitrou os honorários considerando a natureza e a importância da causa”.
Uma vez que “arbitrou” tem sujeito expresso (“O Juiz a quo”), o “considerando” não leva o “-se”. De novo a frase está bem redigida.
E a construção abaixo? está correta?
“Os honorários advocatícios foram arbitrados considerando a natureza e a importância da causa”.
Não. A construção está errada.
O “considerando” deveria vir impessoalizado (“considerando-SE”), pois não sabemos quem arbitrou os honorários.
Claro que podemos inferir que foi o juiz quem arbitrou, mas só isso não basta.
Para que o verbo “considerando” não recebesse o “-se”, “o juiz” deveria vir EXPRESSO na frase.