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As expressões “a uma, a duas ou a três” estão erradas?

As expressões “a uma, a duas ou a três” estão erradas?

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Acho que este é o primeiro post em que não darei uma resposta conclusiva, considerada correta.

É que, como vocês verão, em nenhum lugar, em nenhuma gramática o assunto é abordado.

Não raro encontrarmos em peças jurídicas estruturas como:

“A pretensão do autor não merece prosperar.

A uma, porque inexistem provas nos autos de que o demandante não contratou reserva de margem consignável vinculada a cartão de crédito.

A duas, porque o próprio autor afirmou que efetuou com vários outros bancos semelhantes tipos de contratos.

A três, porque a inscrição lícita do nome do devedor em órgãos de proteção creditícia não acarreta danos morais.”

A pergunta que não quer calar é:

essa forma de enumerar, “A uma”, “A duas”, “A três”…, está correta?

Bom, consultei várias gramáticas em busca de uma explicação.

Nada.

Procurei na parte que trata dos numerais, dos artigos indefinidos, das conjunções, das locuções adverbiais, enfim, em vários capítulos da gramática, mas não consegui uma resposta.

O mais perto que cheguei foi, na Gramática da Língua Portuguesa Padrão, de Amini Boainain Hauy, da expressão “à uma”, a qual, todavia, tem sentido de “simultaneamente”, que não se encaixa aqui.

Encontrei também uma tentativa de explicação no Gramatigalhas, mas o “site” basicamente se limita a dizer que as expressões estão corretas porque são usadas no meio jurídico.

Minha opinião: mesmo que as formas “A uma”, “A duas”, “A três” fossem gramaticalmente corretas (e, pelos motivos apontados, eu não sei se são), jamais as usaria nas minhas peças.

Acho feio.

Muito melhor é o emprego de “Em primeiro lugar”, “Em segundo lugar”, “Primeiramente” e expressões do tipo.

Aqueles que gostam de usar as formas “A uma”, “A duas”… podem continuar a usá-las?

Não vejo empecilho nenhum, pois nada há que as desabone.

Era isso.

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