Nosso cérebro funciona por meio de memória associativa, conectando ideias, causas e efeitos de maneira quase automática. Esse fenômeno, estudado por Daniel Kahneman, explica por que associamos palavras e conceitos rapidamente, sem precisar de um esforço consciente.
Um dos efeitos dessa associação é o chamado “priming”, que influencia não apenas a forma como percebemos palavras, mas também nossas decisões e ações.
Como isso se aplica à advocacia?
Quando um juiz analisa uma petição inicial mal formulada, com erros gramaticais ou estrutura confusa, sua mente pode automaticamente conectar isso a falta de fundamentação jurídica sólida. O contrário também acontece: uma peça bem escrita e organizada pode criar uma predisposição positiva na mente do julgador.
O efeito “priming” faz com que o magistrado associe uma argumentação clara e bem estruturada a uma tese juridicamente válida. Isso não significa que ele vá decidir com base apenas na qualidade do texto, mas, sem dúvida, um conteúdo bem apresentado torna a argumentação mais persuasiva e pode influenciar o processo decisório.
Como utilizar o “priming” na redação jurídica?
- Clareza e coesão: uma peça jurídica bem escrita evita ambiguidades e facilita a assimilação da argumentação.
- Estrutura lógica: organize os argumentos de forma progressiva, permitindo que a mente do leitor acompanhe a linha de raciocínio sem esforço.
- Termos jurídicos adequados: evite jargões desnecessários, mas utilize a terminologia correta para reforçar a autoridade da argumentação.
- Apresentação impecável: um texto bem formatado e livre de erros passa credibilidade instantânea.
Uma redação jurídica de qualidade não apenas comunica, mas influencia a forma como o julgador enxerga o caso. Afinal, se a linguagem transmite domínio do direito, a tese defendida ganha mais força.
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