Hoje vou dar uma dica daquelas para deixar as peças de vocês mais agradáveis de serem lidas.
Acho que vão gostar.
Em regra, as conjunções são bastante flexíveis; podem ser deslocadas pelo texto com certa facilidade.
As conjunções não precisam ficar grudadas no início do período.
“Não precisam”, não: muitas vezes NÃO DEVEM ficar grudadas.
Vejam, por exemplo, a seguinte construção:
“É sabido que o habeas corpus também se presta para livrar aquele que se encontra em cárcere privado.
PORÉM, é igualmente sabido que esse instrumento não admite dilação probatória.
DESSE MODO, incumbe ao impetrante o ônus de demonstrar previamente os fatos constitutivos do direito invocado em favor do paciente.
TODAVIA, no presente caso o impetrante não apresentou prova da alegada coação.
ASSIM, impõe-se a denegação da ordem.”
Reparem que as conjunções estão todas no início do período, dando assim ao leitor a impressão de que ele está sendo guiado pelo texto como um robô, de modo meio forçado.
Fala sério, pessoal, ninguém gosta de ler um texto assim!
Observem agora como a simples posposição das conjunções deixa a leitura muito mais agradável:
“É sabido que o habeas corpus também se presta para livrar aquele que se encontra em cárcere privado.
É igualmente sabido, PORÉM, que esse instrumento não admite dilação probatória.
Incumbe ao impetrante, DESSE MODO, o ônus de demonstrar previamente os fatos constitutivos do direito invocado em favor do paciente.
No presente caso, TODAVIA, o impetrante não apresentou prova da alegada coação.
Impõe-se, ASSIM, a denegação da ordem.”
Melhorou? Muito, né? “Brincando” com as conjunções, deslocando-as no texto, guiamos o leitor de maneira prazerosa, sem que ele o perceba, facilitando até mesmo sua aderência às teses que estamos apresentando.