Como e quando utilizar a ordem dos argumentos na Peça Jurídica
Qual a ordem dos argumentos em uma peça jurídica? Devo começar pelo mais forte ou deixá-lo para o final?
A resposta para essa questão é essencial para a eficácia da sua argumentação, e hoje trago uma explicação embasada, que vai além da minha experiência como assessor.
Se você tem apenas um argumento forte:
Traga-o em primeiro lugar. Isso garante que o juiz seja imediatamente impactado pelo ponto mais convincente da sua defesa.
Se você possui vários argumentos fortes:
Nesse caso, o ideal é apresentar os argumentos mais fracos (se é que podemos chamá-los assim) primeiro, e reservar o mais poderoso para o final. Ao fazer isso, utilize expressões aditivas como “além disso”, “não bastasse isso”, “ademais” ou “nesse sentido, é importante lembrar que…”. Essas expressões ajudam a construir um crescendo argumentativo, guiando o juiz para uma conclusão praticamente inevitável.
Fonte Inspiradora:
Essa estratégia foi extraída da obra “Point Made: How to Write Like the Nation’s Top Advocates” de Ross Guberman. Traduzir “Point Made” para o português não é tarefa simples, mas a ideia central é que você “marca seu ponto” de maneira eficaz.
Nas palavras de Guberman:
“Há casos em que você tem não um, mas muitos argumentos convincentes. Para estes, a sugestão é que você os traga numa sequência do mais fraco (se é que se pode chamar assim) para o melhor, e traga o último com expressões aditivas como ‘além disso’ e ‘nesse sentido, é importante lembrar que…’. Ao empregar essas expressões, você cria na mente do juiz um caminho argumentativo sem volta. A coisa pode não ficar fácil para você se apenas um argumento for plausível, ocasião em que você deverá trazê-lo em primeiro lugar a fim de que o juiz fique impressionado positivamente com aquilo que imediatamente lê” (2014, p. 388. Tradução livre).
Essa abordagem tem um forte impacto na forma como seus argumentos são recebidos e pode fazer a diferença na decisão final.
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