Trabalhar como assessor em um gabinete de juiz ou desembargador pode ser desafiador. Além de conhecimento jurídico, é essencial ter jogo de cintura, disposição para aprender e saber como lidar com as nuances do trabalho em um ambiente de alto nível de exigência. A seguir, compartilho orientações práticas, baseadas na minha experiência, para tornar o trabalho de assessor mais leve e eficiente.
1. Flexibilidade e Adaptação são Essenciais
Como assessor, você pode receber críticas sobre a sua peça. Às vezes, o juiz pode pedir que você refaça algo que, na essência, já está correto, mas não no tom ou no estilo que ele prefere. Nesse caso, reformule com outras palavras. Não leve a crítica como algo pessoal; às vezes, é apenas questão de ajustar o texto ao estilo do magistrado.
2. Conheça as Preferências do Magistrado
Cada juiz ou desembargador tem seu estilo e preferências. Alguns podem não gostar de expressões como “já que”, enquanto outros têm preferências específicas na estrutura do texto. Quanto mais você conhecer as particularidades do seu chefe, mais fácil será adaptar sua escrita.
3. Chegue Preparado
Se você conseguiu uma vaga em gabinete, chegue já sabendo o básico sobre redação de projetos. Não espere que alguém vá ensiná-lo a escrever projetos de sentença ou acórdãos; o ritmo do gabinete é intenso, e você precisará demonstrar competência desde o início. Não precisa ser um expert, mas o suficiente para apresentar um trabalho coeso e evitar erros básicos.
4. Questione com Fundamentos
Receber orientação do juiz para fazer um projeto não significa que você deve acatar tudo passivamente. Questione, especialmente em causas complexas, mas faça isso de forma fundamentada. Demonstrar que você reflete criticamente sobre o que está fazendo é uma qualidade valorizada pelos magistrados.
5. Considere o Voluntariado no Gabinete
Uma ótima forma de entrar para um gabinete é começar com trabalho voluntário. Se essa oportunidade não for viável, procure se informar sobre o funcionamento do gabinete antes de buscar a vaga. Saber dados como o volume de processos e o histórico do juiz pode causar uma boa impressão e demonstrar sua preparação na entrevista.
6. Trabalhe em Equipe e Seja Solidário
Ter uma vida longa em um gabinete não depende só de competência técnica, mas também de boas relações com a equipe. Ajude seus colegas, estagiários e outros assessores. Hoje, você pode ter a resposta para uma questão complexa, mas amanhã pode precisar de auxílio em outra.
7. Não Leve as Coisas para o Lado Pessoal
Se o juiz entra no gabinete em um dia difícil ou sem dar bom-dia, não assuma que é algo contra você. Lembre-se: se houvesse algum problema direto com você, provavelmente ele o teria comunicado ou você já teria sido substituído. Foque no trabalho, e não em questões pessoais.
8. Denuncie e Priorize sua Saúde Mental
Infelizmente, casos de assédio em gabinetes podem acontecer. Se você enfrentar uma situação assim, não hesite em buscar ajuda profissional e considere seriamente a opção de pedir exoneração. A saúde mental é prioridade, e permanecer em um ambiente abusivo trará apenas prejuízos pessoais.
Conclusão
Ser assessor requer conhecimento técnico, paciência e habilidades interpessoais. Com uma atitude colaborativa e resiliente, você pode construir uma carreira sólida em um gabinete judicial. Aplique essas dicas e construa uma trajetória que lhe permita crescimento e realização profissional, sempre com ética e respeito ao ambiente de trabalho.
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