
O uso de advérbios, especialmente aqueles que terminam em “mente”, é muito comum em textos jurídicos, mas seu posicionamento na frase exige atenção. Alterações no local onde o advérbio é inserido podem resultar em ambiguidades ou confusão na interpretação do conteúdo. Vamos analisar algumas situações que exigem cuidado ao usá-los.
1. Advérbio Usado Corretamente
Vejamos o exemplo a seguir, onde o advérbio está corretamente posicionado, logo após o verbo:
“Não se conhece de embargos de declaração que visam ao prequestionamento de matéria que foi SUFICIENTEMENTE discutida na decisão embargada.”
Aqui, o advérbio “suficientemente” vem logo após o verbo “foi”, o que deixa a frase clara e sem ambiguidades. O sentido transmitido é que a matéria foi discutida de forma adequada e suficiente na decisão embargada. O uso do advérbio neste local não cria confusão, proporcionando uma leitura fluida e sem ambiguidade.
2. Mudança no Local do Advérbio: Ambiguidade
Agora, vamos observar alguns exemplos em que a mudança na posição do advérbio cria ambiguidade ou confusão:
- “Nos crimes contra a liberdade sexual, DE REGRA, praticados às escondidas, as palavras da vítima constituem elementos probatórios.”
Neste caso, a expressão “de regra” pode ser interpretada de forma errônea, sugerindo que “geralmente nos crimes contra a liberdade sexual praticados às escondidas”, as palavras da vítima constituem elementos probatórios. O uso de “de regra” no meio da frase prejudica a clareza e gera a dúvida sobre o que é de fato regra: os crimes ou as palavras da vítima.
- “A prática de atos processuais, EM GERAL, exige a observância de prazos determinados por lei.”
Aqui, a posição de “em geral” pode causar confusão. A interpretação poderia ser de que “atos processuais em geral” exigem a observância dos prazos, ou então que “em geral exige” que tais atos observem prazos. Essa ambiguidade afeta a precisão e a clareza da informação.
- “Não se conhece de embargos de declaração que visam ao prequestionamento de matéria que foi discutida SUFICIENTEMENTE na decisão embargada.”
Neste exemplo, a colocação do advérbio “suficientemente” antes de “discutida” cria uma frase confusa e difícil de ler. A inversão da posição do advérbio compromete a fluidez e torna o período mais difícil de entender, já que o advérbio deveria vir logo após o verbo para manter o significado claro.
3. Como Posicionar os Advérbios Corretamente?
A regra básica é que advérbios, especialmente os terminados em “mente”, devem ser colocados o mais próximo possível do verbo, para garantir que a mensagem seja clara e objetiva. Em casos onde a mudança de posição possa gerar ambiguidade ou tornar a leitura difícil, é melhor manter o advérbio próximo ao verbo, como no primeiro exemplo apresentado.
Quando os advérbios estão em uma posição equivocada, eles podem alterar o sentido da frase, tornando o texto confuso ou ambíguo. Por isso, é fundamental revisar o uso de advérbios para garantir que a mensagem seja transmitida de forma clara e sem ambiguidades.
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