
“Doença preexistente” ou “doença pré-existente”?
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Como se escreve? “Doença preexistente” ou “doença pré-existente”?
Hoje vamos falar sobre outra bizarrice relacionada ao emprego do hífen.
Sim, a regra do uso do hífen com o prefixo “pre” é bem estranha e impossível de ser absorvida naturalmente ou até mesmo decorada.
A palavra “pré-eleitoral”, por exemplo, por que leva hífen? Uns aí dirão que leva hífen porque o “pre” termina com “e”, mesma letra da palavra posterior (“eleitoral”).
Esse raciocínio, contudo, está ERRADO.
Aquela famosa regra, aplicada para “micro-ondas”, “anti-inflamatório” e “contra-ataque, não se aplica para o prefixo “pre”.
Essa é uma primeira bizarrice.
A palavra “pré-eleitoral” leva hífen não porque “eleitoral” começa com “e”, mas porque o “pre” é tônico.
Isso mesmo.
A regrinha para o prefixo “pre” é a seguinte: se o prefixo for tônico, haverá hífen e o prefixo levará acento; se for átono, não haverá hífen e o prefixo não levará acento.
Exemplos: “pré-adolescência” e “preconceito”.
Ocorre, e aqui reside outra bizarrice, que às vezes é impossível ou extremamente difícil saber se o “pre” é tônico ou átono.
Para mim (e tenho certeza de que para muitos de vocês também), o prefixo “pre” em “preaquecido”, “predefinido” e “preexistente” é tônico, e pela regra essas palavras deveriam ser, portanto, escritas assim: “pré-aquecido”, “pré-definido” e “pré-existente”.
MAS NÃO.
O prefixo “pre” aí é tido como átono, motivo pelo qual as grafias consideradas corretas são “preaquecido”, “predefinido” e “preexistente”.
Estranho, né? Eu acho estranhíssimo.
Respondendo, então, à pergunta inicial, o correto é “doença PREEXISTENTE”, sem acento no “pre” e sem hífen.
E devemos falar “prêexistente”, e não “préexistente” (outra bizarrice?)
Bom, vocês estão vendo, sempre que quiserem saber se vai hífen em palavras com o prefixo “pre”, não terão outro jeito: deverão recorrer a dicionários.
Era isso.