
Esta postagem não é prescindível
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Prescindível? Eu já disse aqui milhares de vezes que vocês escrevem para… para o que mesmo?
Issoooo, CONVENCER O LEITOR. Então evitem tudo, mas tudo mesmo que pode chateá-lo ou deixá-lo confuso.
Propositadamente, no título de hoje escrevi que a postagem não é prescindível.
Estou curioso: vocês entenderam imediatamente a mensagem?
Aposto que não. Isso porque as palavras “prescindível” e “imprescindível” têm o poder de atormentar a vida do leitor.
Mas vamos logo para a parte que vocês gostam. Analisem esta frase:
“O STJ tem precedentes no sentido de que é PRESCINDÍVEL, quando não há apreensão da droga, a elaboração de laudo de constatação para comprovar a materialidade do delito.”
Observem que a palavra “prescindível” aí causa um pouco de obscuridade à frase.
Só conseguimos captar realmente o seu sentido pelo contexto e pelo conhecimento que temos sobre o assunto.
A coisa fica ainda mais confusa quando optamos por colocar o “não” junto àquelas palavras:
“A aferição da ocorrência de prejuízo NÃO É PRESCINDÍVEL, ainda que se considere que a nulidade é absoluta.”
“Tratando-se de crime permanente, NÃO É IMPRESCINDÍVEL o mandado de busca e apreensão para que os policiais ingressem no domicílio do acusado.”
“A avaliação psicológica não é prova obrigatória, ou seja, NÃO É PRESCINDÍVEL para a prolação do edito condenatório.”
“O laudo pericial NÃO É PRESCINDÍVEL à caracterização do arrombamento quando existirem outros meios para demonstrá-lo.”
Tenso, né? Todas as frases foram extraídas de peças reais.
Em relação às duas últimas, percebam que, pelo uso inadequado das expressões em destaque, a construção tomou sentido equivocado.
É, porque tem mais essa, muitos empregam as palavras em questão sem sequer lhes saber direito o significado!
Se vocês podem facilitar a vida do leitor, para que dificultá-la?
Em vez delas, usem, respectivamente, por exemplo, “desnecessário” e “necessário”, que são palavras muito mais próximas do leitor e são, por isso, incapazes de causar obscuridade.
Era isso.