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Evitando Ambiguidades na Redação Jurídica

Na escrita jurídica, há expressões que utilizamos de maneira tão automática que raramente paramos para questioná-las. Essa rigidez pode gerar ambiguidades e comprometer a clareza do texto.


Frases Padrão e Como Repensá-las

Muitas expressões se repetem sem variação. Veja alguns exemplos:

  1. “Alegou que não possui condições de arcar com as despesas processuais sem…”
     Resposta comum: “prejuízo próprio ou de sua família”.

  2. “No caso, não houve dano moral, apenas…”
     Resposta comum: “mero aborrecimento”.

  3. “Requereu a condenação do autor ao pagamento de multa por…”
     Resposta comum: “litigância de má-fé”.

Essas expressões são tão padronizadas que raramente são reformuladas para melhorar a clareza.


O Problema da Expressão “Valor Atualizado da Causa”

Um exemplo recorrente de ambiguidade ocorre com a expressão “valor atualizado da causa”.

Veja esta frase típica:

“O magistrado arbitrou os honorários em 20% sobre o valor atualizado da causa, que perfaz a quantia de R$ 9.000,00.”

O leitor pode não saber se R$ 9.000,00 refere-se ao:

  • Valor atualizado da causa
  • 20% do valor atualizado da causa
  • Valor total da causa

Solução: Reformular a Frase

Uma maneira de evitar essa confusão é deixar a sequência das informações mais clara:

“O magistrado arbitrou os honorários em 20% sobre o valor da causa (R$ 42.567,80) atualizado, que perfaz a quantia de R$ 9.000,00.”

Agora, a informação se torna mais precisa porque:
 O valor da causa foi explicitado antes da atualização.
✔ A palavra “atualizado” foi deslocada, eliminando ambiguidade.
✔ O valor final aparece no fim da construção, facilitando a compreensão.


A Importância da Flexibilidade na Redação Jurídica

Pequenas mudanças estruturais podem fazer uma grande diferença na clareza de uma peça. Para evitar ambiguidades:

  • Experimente inverter palavras e testar novas construções.
  • Reorganize frases para garantir a compreensão direta.
  • Priorize a clareza, mesmo que isso signifique fugir do “juridiquês”.

A escrita jurídica eficaz vai além do uso de modelos prontos. O objetivo deve ser sempre transmitir a mensagem de forma precisa e sem margem para interpretações equivocadas.



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22 de fevereiro de 2025
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