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Mitos sobre Redação Jurídica

A redação jurídica é um campo vasto e cheio de nuances, e alguns “conselhos” podem limitar sua capacidade de comunicação ao invés de aprimorá-la. Aqui estão três mitos comuns que você deve evitar e por que eles não se sustentam.


1️⃣ Mito: “Sempre Escreva Frases Curtas”

Escrever apenas frases curtas não é um sinal de boa redação jurídica. De fato, períodos longos, corretamente subordinados, demonstram maturidade intelectual. Frases curtas podem facilitar a leitura em certos pontos, mas uma combinação de frases curtas e longas oferece mais flexibilidade para estruturar argumentos complexos e inter-relacionados.

Exemplo de Uso Correto:

  • Curta: “O autor sustenta que houve negligência.”
  • Longa: “Conforme evidenciado nos documentos anexos e testemunhos apresentados, fica claro que, desde o início do processo, o autor sofreu prejuízos em virtude da negligência da ré.”

2️⃣ Mito: “Não Use Adjetivos e Advérbios”

Outro mito é evitar adjetivos e advérbios. Na advocacia, o uso dessas palavras é fortemente recomendado, pois ajudam a expressar juízos de valor. Para um advogado, a parcialidade é essencial na defesa do cliente, e adjetivos e advérbios são ferramentas valiosas para transmitir a intensidade ou importância de uma situação.

Exemplo:

  • “O réu cometeu uma grave infração.”
  • “O autor inegavelmente sofreu prejuízos.”

3️⃣ Mito: “Evite a Voz Passiva”

A voz passiva, ao contrário do que alguns pensam, tem um papel importante na redação jurídica. Ela permite suavizar ou obscurecer a participação de um agente, o que pode ser útil, especialmente em defesa criminal.

Exemplo:

  • Passiva: “O crime foi cometido em circunstâncias ainda sob investigação.”
  • Ativa: “O acusado cometeu o crime em circunstâncias ainda sob investigação.”

Conclusão

Redação jurídica requer flexibilidade. Combinar frases curtas e longas, empregar adjetivos e advérbios estrategicamente e usar a voz passiva quando apropriado são recursos que enriquecem a clareza e a persuasão do texto. Em vez de regras rígidas, prefira uma abordagem que se adapte às necessidades de cada caso, mantendo sempre a precisão e a lógica no centro da sua redação.


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7 de novembro de 2024
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