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O Mito da Repetição de Palavras: Quando Repetir é Necessário e Quando Evitar

Desde a escola, muitos de nós aprendemos que repetir palavras em um texto é um erro a ser evitado. Fomos ensinados que isso demonstra falta de vocabulário ou que é algo típico da fala, não da escrita. No entanto, essa ideia, apesar de disseminada, nem sempre reflete a realidade da boa redação, especialmente em contextos profissionais e jurídicos.

A Necessidade da Repetição: Continuidade Temática

Na verdade, repetir palavras em um texto não só é inevitável como, em muitos casos, é necessário para garantir a clareza e a coesão. Por exemplo, termos técnicos e específicos, como “denunciação da lide”, não têm sinônimos perfeitos que possam ser usados como substitutos. Tentar substituir esse tipo de expressão pode até gerar confusão, forçando o autor a retornar ao termo original para garantir que o leitor compreenda o tema abordado.

A repetição também desempenha um papel importante na manutenção da continuidade temática. Se um capítulo da sua petição trata de “assédio moral”, é natural que a expressão apareça várias vezes. Essa repetição serve para manter o foco do leitor no assunto principal e reforçar a ideia central que está sendo discutida. Nesse contexto, a repetição não só é aceitável, como é uma ferramenta estratégica para garantir que o texto seja claro e coeso.

O Problema da Repetição Descuidadosa

O problema surge quando a repetição ocorre sem propósito, tornando o texto monótono e prejudicando o ritmo da leitura. Isso é particularmente problemático com palavras e expressões que o leitor memoriza facilmente, como locuções prepositivas e explicativas, conjunções subordinativas e alguns advérbios – “ademais” um exemplo clássico.

Quando essas palavras são repetidas várias vezes, o leitor começa a notar o padrão de repetição, o que pode distraí-lo do conteúdo principal e tornar a leitura cansativa. Essa repetição descuidada, sem nenhum valor agregado ao texto, é o que deve ser evitado. Ela pode fazer o leitor perder o interesse e a concentração, prejudicando a eficácia da comunicação.

Como Evitar a Repetição Desnecessária

Para evitar a repetição que prejudica o ritmo do texto, a dica é estar consciente das palavras que você usa repetidamente. Faça uma revisão cuidadosa do seu texto e, se perceber que certas palavras ou expressões estão se repetindo sem necessidade, busque alternativas. No caso de conectivos como “ademais”, tente variar com sinônimos adequados ou, se possível, reestruture as frases para eliminá-los por completo.

Lembre-se de que a repetição proposital, como a dos termos técnicos ou das palavras que garantem a continuidade temática, é perfeitamente aceitável. O que importa é que o texto seja fluido e que a repetição seja uma escolha consciente, e não um descuido.

Conclusão

A repetição de palavras no texto não é um problema em si, mas sim o uso descuidado e excessivo de certas expressões que podem prejudicar o ritmo e a clareza da comunicação. Entender quando a repetição é necessária e benéfica — como no caso de termos técnicos ou na manutenção da continuidade temática — é crucial para escrever de forma eficaz.

Em resumo, repetir palavras é parte natural da escrita, e, quando feito com propósito, fortalece o texto. No entanto, é essencial evitar a repetição automática e sem estratégia, que pode tornar a leitura monótona e prejudicar a mensagem que você deseja transmitir.

 

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29 de agosto de 2024
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