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Ordem Direta e Inversa na Redação Jurídica: Quando Usar Cada Uma

A estruturação do texto jurídico não é apenas uma questão de gramática, mas também de clareza, estilo e objetividade. Entender quando usar a ordem direta ou a inversa pode melhorar a legibilidade e o impacto da mensagem.


O Que É Ordem Direta?

A ordem direta é a sequência padrão da frase: sujeito + predicado. Por exemplo:

 “O réu interpôs apelação contra a sentença.”

Essa estrutura é recomendada para mensagens simples e diretas. Ela facilita o entendimento imediato, especialmente em documentos técnicos.

Quando Optar pela Ordem Inversa?

A ordem inversa, na qual o predicado antecede o sujeito, é especialmente útil em três situações:


1. Economia de Linguagem:

Ela permite simplificar a frase, eliminando repetições desnecessárias.

Exemplo:

– Ordem direta: “O depoimento pessoal do autor foi colhido, bem como duas testemunhas foram inquiridas.”
– Ordem inversa: “Foi colhido o depoimento pessoal do autor, bem como inquiridas duas testemunhas. “Resultado: menos palavras, mais clareza.

2. Evitar Ambiguidades:

Quando a sequência dos termos pode gerar confusão ou múltiplas interpretações, a ordem inversa traz clareza.

Exemplo:

– Ordem direta: “O réu interpôs apelação contra essa sentença, que foi conhecida e desprovida.”(O que foi conhecido? A sentença ou a apelação?)
– Ordem inversa: “Contra essa sentença, interpôs apelação o réu, que foi conhecida e desprovida.”(A sentença foi desprovida, sem ambiguidades.)

3. Ênfase no Predicado:

Se o foco da mensagem está na ação ou resultado, a ordem inversa destaca esses elementos.

Exemplo:

– Ordem direta: “O apelante argumenta que a decisão deve ser revista.”
– Ordem inversa: “Argumenta o apelante que deve ser revista a decisão.”(A ação de “rever” ganha destaque.)

Mito: “Sempre Use Ordem Direta”

A recomendação de usar apenas ordem direta para simplificar a linguagem é um mito. A ordem inversa, usada com moderação, pode:

– Estilizar a mensagem, tornando-a mais fluida;
– Eliminar ambiguidades, como nos exemplos acima;
– Adaptar-se ao propósito do texto, destacando os pontos mais importantes.

A Escolha Entre “Que a Ré Foi Omissa” e “Que Foi a Ré Omissa”*

Ambas as construções estão corretas, mas a escolha depende do objetivo do texto:

– “Que a ré foi omissa” dá mais destaque à ação (omissão).
– “Que foi a ré omissa” foca no sujeito (a ré), colocando-a em evidência.


Conclusão

A ordem direta e a inversa são ferramentas que, quando usadas estrategicamente, aumentam a eficácia do texto jurídico. O segredo está em identificar o propósito da frase e aplicar a estrutura que melhor comunica a mensagem. Afinal, clareza e persuasão são os pilares da boa redação jurídica.

 


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14 de dezembro de 2024
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