
Uma dúvida frequente na escrita jurídica é saber quando usar o nome por extenso ou a sigla correspondente. A resposta está no ritmo do texto. Dominar essa técnica pode tornar sua redação mais fluida e agradável para o leitor.
Como funciona o ritmo no uso de siglas?
O segredo está em equilibrar os tamanhos das partes do texto. Ritmo é sobre diversidade, ou seja, evitar que as estruturas textuais tenham comprimentos muito parecidos.
Regras práticas para o uso de siglas e nomes por extenso
- Use o nome por extenso para criar diversidade no tamanho das partes do texto:
Escrever o nome por extenso em uma parte e usar uma estrutura menor na outra gera contraste, tornando o texto mais fluido. -
- Exemplo correto:
“O art. 114 do Código de Processo Civil, aplicável ao caso, dispõe…”
(A primeira parte fica maior que a segunda.) - Exemplo com falta de ritmo:
“O art. 114 do CPC, aplicável ao caso, dispõe…”
(Ambas as partes têm tamanhos semelhantes, deixando o texto monótono.)
- Exemplo correto:
- Prefira siglas quando o complemento for mais longo:
Quando a parte seguinte ao uso da sigla é mais extensa, o contraste é mantido, e o uso da sigla é adequado.- Exemplo correto:
“O art. 114 do CPC, aplicável subsidiariamente à espécie, dispõe…”
(O complemento longo equilibra o uso da sigla.)
- Exemplo correto:
- Evite estruturas com tamanhos semelhantes:
Frases com partes de comprimento quase igual criam monotonia. Para evitar isso, ajuste a redação.- Exemplo incorreto:
“O art. 114 do CPC, aplicável ao caso, dispõe…”
(As partes têm tamanho muito próximo, prejudicando o ritmo.) - Forma corrigida:
“O art. 114 do Código de Processo Civil, aplicável ao caso, dispõe…”
(O nome por extenso cria um contraste maior e melhora o ritmo.)
- Exemplo incorreto:
- Nos parágrafos curtos, use o nome por extenso:
Quando o período é breve, a sigla pode deixar o texto com partes de tamanho semelhante, o que não é bom para o ritmo.- Exemplo correto:
“No mesmo sentido já decidiu o Tribunal Superior do Trabalho:” - Exemplo incorreto:
“No mesmo sentido já decidiu o TST:”
(“No mesmo sentido” e “já decidiu o TST” têm tamanhos muito próximos.)
- Exemplo correto:
- Não repita o nome por extenso no parágrafo seguinte:
Usar o nome por extenso em dois parágrafos consecutivos pode tornar o texto repetitivo. Intercale siglas e nomes por extenso. - Exemplo correto:
“O autor pleiteou, por fim, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, com a inversão do ônus da prova.
O art. 6º, VIII, do CDC prescreve que…” - Exemplo incorreto:
“O autor pleiteou, por fim, a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, com a inversão do ônus da prova.
O art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor prescreve que…”
(A repetição do nome por extenso deixa o texto cansativo.)
Conclusão
O uso de siglas e nomes por extenso deve ser guiado pelo objetivo de criar diversidade no texto e manter um bom ritmo. Lembre-se: alternar siglas e nomes por extenso com estratégia melhora a fluidez e torna a leitura mais agradável. Pequenos ajustes fazem uma grande diferença na qualidade da redação jurídica!
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