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Uma Reflexão Sobre Coerência e Qualidade

Você já se perguntou por que muitas vezes uma peça jurídica mal escrita ainda assim é recebida sem grandes problemas pelo magistrado ou assessor?

 

O Que é Aceitabilidade?

Aceitabilidade é o esforço que o leitor — no caso, o juiz ou assessor — faz para compreender o texto, mesmo quando ele não é bem estruturado ou apresenta erros. Isso ocorre porque, no contexto jurídico, o foco é proteger o direito da parte representada, independentemente da habilidade do advogado como redator.

Por exemplo, quando uma petição inicial é confusa ou mal elaborada, o juiz raramente determina a sua emenda. Em vez disso, o assessor ou o magistrado tenta encontrar coerência no texto, interpretando-o da maneira mais favorável possível à parte representada. Esse esforço evita que o cliente seja penalizado pela má qualidade da peça.


O “Consolo” da Aceitabilidade

A aceitabilidade pode parecer, à primeira vista, um alívio para advogados que não priorizam uma boa redação. Afinal, se o texto será aceito de qualquer forma, por que investir tempo em aprimorar a escrita?

No entanto, essa visão é perigosa. Ainda que a peça seja formalmente recebida, uma redação ruim pode influenciar negativamente o julgamento do mérito, especialmente em casos onde a argumentação precisa ser clara, lógica e convincente.


Os Riscos da Má Redação

  1. Prejuízo na Argumentação: Uma peça confusa ou cheia de erros dificulta a compreensão das teses, comprometendo o convencimento do magistrado.
  2. Imagem Profissional: Uma peça mal escrita reflete diretamente na percepção sobre a competência do advogado. Isso pode prejudicar relações futuras com clientes e outros profissionais.
  3. Decisões Adversas: Embora o juiz tente interpretar o texto da forma mais favorável, uma má redação pode ser o fator que incline a decisão para a improcedência dos pedidos.


Por Que Escrever Bem Vale a Pena?

A boa escrita não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também de persuasão. Um texto claro, coeso e bem estruturado facilita o trabalho do magistrado e reforça sua credibilidade como advogado. Lembre-se: na prática forense, a qualidade da peça pode ser um diferencial decisivo.


Conclusão

A aceitabilidade pode ser uma rede de segurança, mas não deve ser usada como justificativa para a negligência na redação. Apostar na clareza, coerência e técnica na elaboração das peças não só evita prejuízos, mas também fortalece sua posição como advogado.

 

 

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20 de novembro de 2024
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