
A análise sintática (sujeito e predicado) explicada à minha filha
Lembram aquele post no qual discorri sobre uma aula de análise sintática que dei para minha filha?
Pois é. Segunda-feira ela fez teste sobre o assunto, e fui lá eu ajudá-la novamente.
Conheça nosso instagram
Depois de repassar toda a matéria, tirando dúvidas sobre os tipos de sujeito, de predicado e de adjunto, encerrei com chave de ouro, fazendo o papel que a escola raramente faz, que é o de ensinar o porquê das coisas:
– “Filha, sabias que isso que estás estudando é de extrema importância e tem mais a ver com filosofia do que com língua portuguesa propriamente dita?”
– “O quêêê?”
– “Isso mesmo.
Aristóteles, o pai do sujeito e predicado:
Essa coisa de saber o que é sujeito e predicado nasceu lá na Grécia antiga com um filósofo chamado Aristóteles.
Com base em constatações formadas apenas por sujeito e predicado, esse filósofo inaugurou um modelo de como chegar a conclusões chamado de silogismo.
Olha só [e escrevi numa folha de papel]:
‘Todos os feijões desta saca são brancos’; ‘Esses feijões são desta saca’; e a conclusão: ‘Logo, esses feijões são brancos’.
Percebeu que todas essas três frases são compostas, basicamente, só de sujeito e de predicado?
Essa estrutura, o silogismo, é também a estrutura do nosso pensamento.
Quer dizer, qualquer pensamento de qualquer pessoa no mundo tem essa estrutura [pronunciei mais forte a palavra ‘mundo’ para fazer aquele drama].
Agora, por exemplo, estou pensando que estás entendendo minha explicação.
Esse pensamento, essa minha conclusão, decorre de dois pensamentos, de duas premissas anteriores, que são:
‘A pessoa que entende fica fazendo sim com a cabeça’ e ‘A Alice está fazendo sim com a cabeça’.
Com isso, chego à conclusão, ao meu pensamento de agora: ‘Logo, a Alice está entendendo a explicação’.
Viu? E o legal é que essa estrutura silogística é usada até hoje na redação de textos, para argumentar, convencer…
E tudo começa com sujeito e predicado. Interessante, né?”
A escola deveria ensinar assim.
Deveria explicar aos alunos que estudar sujeito e predicado é importante porque constituem a base de todo raciocínio; porque, sem eles, não existe sequer pensamento.
Mas não. Em vez disso prefere colocar a molecada a decorar os tipos de adjunto adverbial.
Lamentável.
Era isso.