
Predicativo do objeto tem de concordar com ele
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Com certeza um dos erros que mais encontro em peças jurídicas é o de concordância do predicativo do objeto com o objeto.
Arrisco até mesmo a dizer que é de 90% a chance de que esse erro esteja na última peça que vocês confeccionaram.
Inicialmente, para quem não lembra, predicativo do objeto é, bem resumidamente falando, a palavra ou expressão que atribui uma qualidade ao objeto (direto ou indireto).
Assim:
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⠀“O advogado deixou os clientes satisfeitos”. (O sintagma “os clientes” é objeto direto, e “satisfeitos”, porque atribui uma qualidade a ele, é predicativo do objeto)
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Pois bem.
Reparem que o predicativo do objeto deve concordar com o objeto.
Na frase acima, “satisfeitos” está no plural porque “os clientes” também está.
Ocorre que, em redação jurídica, tendemos a colocar o predicativo do objeto antes do objeto, o que causa erros de concordância como os das frases abaixo:
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⠀“A Câmara, ao absolver o réu, considerou prejudicado os pleitos de readequação da dosimetria penal e de legítima defesa” (o correto é “prejudicadoS”).
⠀“A agravante sustenta que não deve ser utilizado o valor parcelado do contrato, pois traz embutido juros moratórios em decorrência do parcelamento” (o correto é “embutidoS”).
⠀“Assim, reputo tempestivo os embargos de declaração e, sem delongas, passo ao seu enfrentamento” (o correto é “tempestivoS”).
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Há erro na frase “o juiz julgou improcedente os pedidos do réu”?
A resposta, agora vocês já sabem, é SIM!
Isso porque “improcedente”, predicativo do objeto, deve ir para o plural a fim de concordar com o objeto direto, “os pedidos”.
De novo: quando trazemos o predicativo do objeto para frente, a tendência é descuidarmos da concordância.????Cuidado!
Era isso.