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Evite Causar Fadiga e Erros em suas Peças Jurídicas

No mundo jurídico, a clareza e a legibilidade são essenciais para garantir que seus argumentos sejam compreendidos e valorizados por quem os analisa. No entanto, há um erro comum que muitos advogados cometem: o uso excessivo de caixa-alta (maiúsculas) em suas peças. Embora possa parecer uma forma de dar destaque a certos trechos, essa prática pode, na verdade, ter o efeito oposto, causando cansaço mental e aumentando a probabilidade de erros.

Por Que Caixa-Alta é Problemática?
Textos longos escritos em caixa-alta são difíceis de ler. A explicação para isso é tanto cognitiva quanto visual. Quando lemos um texto em minúsculas, nosso cérebro não se preocupa em processar cada letra individualmente. Em vez disso, reconhecemos as palavras pela sua forma geral, focando principalmente na primeira e na última letra. Essa habilidade nos permite ler rapidamente e com facilidade.

Quando o texto está todo em maiúsculas, essa forma visual é perdida. As letras maiúsculas têm formatos mais uniformes e retangulares, o que dificulta a distinção rápida entre as palavras. Como resultado, somos forçados a ler letra por letra, o que diminui a velocidade da leitura, aumenta o esforço cognitivo e provoca fadiga mental. Além disso, esse tipo de formatação pode dar a impressão de que o autor está “gritando” com o leitor, o que certamente não contribui para uma comunicação eficaz.

Um Exemplo Real: A Dificuldade de Revisar Textos em Caixa-Alta
Permita-me compartilhar uma história que ilustra bem esse problema. Quando trabalhava num gabinete, eu era responsável pela correção gramatical dos acórdãos. Meu ex-chefe costumava ficar bastante irritado quando eu deixava passar erros na parte das ementas, que eram escritas em caixa-alta. E não era para menos: revisar essas ementas era uma tarefa árdua. Os erros passavam despercebidos, não porque faltava atenção, mas porque a legibilidade das palavras em caixa-alta é muito baixa.

Com o tempo, desenvolvi uma técnica para contornar essa dificuldade. Antes de revisar as ementas, eu as transformava em caixa-baixa (mantendo apenas as iniciais em maiúsculas). Dessa forma, conseguia identificar os erros com mais facilidade e evitava a fadiga mental que a leitura de blocos de texto em maiúsculas causava. Após a revisão, eu simplesmente convertia o texto de volta para caixa-alta, como o formato exigia. Com essa técnica, os erros diminuíram drasticamente.

A Importância de Evitar Caixa-Alta em Blocos de Texto
Além de ser difícil de ler, textos longos em caixa-alta podem irritar o leitor, especialmente se ele for o responsável por revisar ou julgar sua peça. Não é incomum que esse tipo de formatação seja visto como um grito visual, algo que pode prejudicar a receptividade do seu argumento. Portanto, se você quer evitar causar desconforto ao leitor e minimizar a chance de erros, a recomendação é clara:

Evite o uso de caixa-alta em blocos de texto. Reserve-a apenas para títulos, se for realmente necessário.

Conclusão: Ajude o Leitor, Ajude a Si Mesmo
Empregar caixa-alta em blocos de texto é um erro que pode prejudicar a clareza e a eficácia de suas peças jurídicas. Em vez de destacar seus argumentos, você corre o risco de afastar e irritar quem os analisa, além de aumentar a probabilidade de erros passarem despercebidos. Use maiúsculas apenas em títulos e prefira uma formatação mais tradicional e legível para o corpo do texto.

Essa simples mudança não só facilita a leitura e a revisão, como também demonstra um cuidado com o leitor, algo que certamente será apreciado por qualquer assessor, juiz ou advogado que analisar sua peça. Ajude-se ajudando o leitor a compreender melhor e mais rapidamente os seus argumentos. Afinal, no direito, cada detalhe conta.

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27 de agosto de 2024
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