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O Gerundismo Silencioso na Redação Jurídica

Muito se fala sobre o “gerundismo” na linguagem do dia a dia — aquela construção repetitiva e artificial, típica de frases como “vou estar encaminhando o relatório”. Esse uso exagerado do gerúndio já é amplamente criticado por profissionais da comunicação. Mas há um outro tipo de gerundismo, menos evidente, que merece atenção especial no contexto jurídico: o gerundismo estrutural e desnecessário.

Este, sim, compromete diretamente a clareza, a fluidez e até a precisão dos textos jurídicos. E o mais preocupante: ele é frequentemente encontrado em petições, pareceres, sentenças e recursos, passando despercebido por muitos profissionais.

 

📌 O Problema: Quando o Gerúndio Enfraquece a Redação
Na estrutura jurídica, o uso do gerúndio deve ser contido. O problema ocorre quando se recorre a esse tempo verbal em contextos que comportam construções muito mais diretas e elegantes.

Compare:

“O autor, estando de posse dos documentos, ingressou com a ação.” ❌
“O autor, de posse dos documentos, ingressou com a ação.” ✅

O primeiro exemplo, embora gramaticalmente correto, é desnecessariamente pesado. O uso do gerúndio aqui não acrescenta valor e pode até prejudicar a objetividade da redação.

 

Por que isso importa?
A linguagem jurídica exige clareza, precisão e economia verbal. O uso do gerúndio, quando mal empregado, passa a impressão de insegurança, enrolação ou até desconhecimento técnico. Pior: compromete a fluidez do raciocínio jurídico, algo essencial em qualquer peça processual ou trabalho acadêmico.

Adotar uma redação mais direta não é apenas uma questão de estilo — é uma ferramenta para argumentar melhor, comunicar com mais eficácia e demonstrar domínio sobre o conteúdo.

 

Em resumo:
Evite o gerúndio quando ele puder ser substituído por estruturas mais simples e claras;

Prefira construções coordenadas, subordinadas ou nominais, que garantam fluidez e precisão;

Lembre-se: escrever bem é também escrever de forma estratégica.

 

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12 de abril de 2025
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