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Sobre conforto e tensão cognitivos no direito

Conforto cognitivo é quando as coisas estão indo bem. Aprenda como funciona no direito e a tensão cognitivos

Sobre conforto e tensão cognitivos no direito

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Continuando com as ideias de Daniel Kahneman no livro “Rápido e Devagar”, hoje o tema é conforto e tensão cognitivos.

Segundo o autor, “conforto cognitivo” é o que ocorre no nosso cérebro quando as coisas estão indo bem, sem ameaças, sem grandes novidades e sem necessidade de redirecionar a atenção ou de mobilizar esforços.

“Tensão cognitiva”, ao contrário, indica algum problema, anormalidade, esforço cerebral.

Quando vocês se encontram em estado de conforto cognitivo, ficam de bom humor, gostam do que leem, acreditam no que ouvem e sentem que a situação é confortavelmente familiar.

Quando, ao contrário, vocês se sentem tensos (tensão cognitiva), ficam vigilantes e desconfiados, e investem mais esforço no que estão fazendo.

Nesse sentido, uma frase impressa numa fonte legível, ou que foi repetida ou recentemente evocada, será processada com facilidade, com conforto cognitivo.

Se eu mencionar o sobrenome “Kahneman”, vocês saberão a quem estou me referindo; a informação lhes soará familiar, pois o sobrenome foi mencionado recentemente, neste e nos dois posts anteriores.

Sentimos tensão cognitiva, por outro lado, quando, por exemplo, lemos um texto em uma fonte ruim ou em linguagem complicada.

Não é difícil concluir que a boa escrita, um texto que possui ritmo, um texto que flui, causa conforto cognitivo no leitor, que se sente tomado por uma sensação de familiaridade com o que lê e fica de bom humor, e, consequentemente, a mensagem transmitida tende a lhe parecer verdadeira.

É claro que, em se tratando de uma peça jurídica, um texto bem escrito, por si só, não levará o leitor a aderir ao seu conteúdo, pois o Direito também tem de ser perquirido.

Mas não restam dúvidas de que a boa escrita facilita todo o processo.

Portanto, como advogados, vocês devem recrutar o conforto cognitivo para operar em seu favor, e qualquer coisa que possam fazer para reduzir a tensão do magistrado pode ajudar, desde redigirem peças claras e concisas até imprimirem o texto numa fonte agradável de ser lida.

Lembrem-se: a tensão cognitiva faz com que o magistrado desconfie de tudo.

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